Capitulo Quinze

quarta-feira, 4 de abril de 2012.
No domingo acordei bem cedo com meu celular tocando. Era uma mensagem.

“Mel, me encontre no ginásio, por favor. Te amo, Marco.”

Senti um sorriso bobo se espalhar pelo meu rosto. No dia anterior, Marco tinha ido comigo para o meu dormitório e passado o resto do dia lá comigo. Vimos filmes e comemos pipoca, tarde da noite ele foi embora.

Carol me ligou, mas eu não atendi, ainda não sabia o que dizer aos meus amigos. Ainda estava assustado com aquela ligação e, também, não sabia como lidar com estar namorando o cara mais cobiçado da Academia.

Mas hoje não ia ter jeito. Eu teria que encarar a todos, mas isso poderia ser adiado até o almoço. Agora eu iria encontrar o meu namorado. Nossa, a pesar de estar super feliz, ia ser difícil me acostumar com essa história de estar namorando o Marco ‘delicia’.

Tomei meu banho e me vesti com roupa de ginástica. Arrumei minha cama e saí sem, nem mesmo, tomar um pouco de sangue.

Quando cheguei ao ginásio Marco estava lá em pé de frente para um dos bonecos de treinamento. Ele estava vestido com sua calça preta larga de ginástica – como sempre -, com uma camisa sem mangas azul e tênis preto, seu cabelo curto encontrava-se levemente fora do lugar pelos movimentos do treino.

Fiquei uns minutos parada na porta observando-o. Ele era surpreendente. Sua habilidade com a luta era incrível. Além dos socos ágeis, que eu já sabia que ele dava, hoje também tinha os chutes. Chutes magníficos, rápido, fortes, certeiros...

E de repente ele para, vira lentamente e me olha nos olhos. Seus olhos estão quentes, profundos, intensos, calmos, amáveis... Ele sorriu aquele meio sorriso que me deixa sem ar.

Eu sorri de volta. Dentro de mim um misto de emoções se agitam e giram como um furacão. Fascínio, admiração, felicidade, amizade, confiança, medo – sim medo por tudo ter sido um sonho -, paixão... Amor.

Ele veio em minha direção e conforme se aproximava seu sorriso aumentava. Quando chegou perto de mim ele parou e continuou sorrindo olhando-me intensamente.

Vi uma de suas mãos levantarem-se. Com ela acariciou meu rosto ternamente.

Eu sorri.

Sua mão foi em direção a minha nuca ele chegou mais perto, sua outra mão envolveu minha cintura me aproximando mais a ele. Sua boca se pressionou levemente a minha, sua língua passou pelo meu lábio inferior pedindo passagem, que eu alegremente dei. Minhas mãos foram para o seu pescoço e o puxei levemente para mim.

O beijo começou calmo, doce, mas depois ficou mais intenso cheio de desejo. Ele nos pressionou mais juntos.

Que corpo, que lábios. Deus, como ele beija bem!

Definitivamente eu não tinha sonhado. Esse beijo foi muito melhor do que os de ontem.

Nem sei quanto tempo ficamos nos beijando, só seu que quando nos separamos até eu – que não preciso respirar -, estava ofegando.

Ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido:

- Oi, estava ansioso para te ver de novo, preocupado e... com saudades. – depois deu uma leve mordidinha na minha orelha.

Eu ofeguei.

Ele sorriu.

- Também estava com saudades. – disse plantando pequenos beijinhos em seu pescoço.

Ele estremeceu.

Continuei beijando seu pescoço até chegar exatamente em cima da sua jugular. Deus como ele cheirava bem! Peguei-me perguntando a mim mesma qual seria o sabor de seu poderoso sangue. Minhas presas estenderam-se por reflexo e suas pontas afiadas encostaram levemente na fina pele do pescoço de Marco.

Ele enrijeceu.

Eu me arrepiei. Desejo e vergonha tomaram conta de mim. Tentei me afastar, mas Marco não me deixou ir muito longe. Suas mãos se apertaram a minha cintura não me deixando escapar.

Abaixei a cabeça. Não conseguia encarar seus olhos.

Lentamente Marco levantou meu queixo com a mão, me fazendo encarar seus olhos cheios de carinho.

Desviei o olhar. A vergonha me consumindo.

- Desculpe. – eu disse num fio de voz.

- Não tem do que se desculpar, Mel. – disse ele calmamente. – Isso é parte do que você é. Já se alimentou hoje?

- Não. – eu disse ainda não tendo coragem e olhá-lo nos olhos.

- Olhe para mim, Mel.

Devagar levantei meu olhar e forcei-me a encará-lo.

- Você é linda. – ele disse com seu meio sorriso perfeito. Não consegui não sorri de volta.

- Assim você me deixa envergonhada.

- Só estou dizendo a verdade. Está pronta para treinar um pouco agora?

- Sim.

Fomos para o final do ginásio e começamos – não, eu comecei -, com um aquecimento, já que Marco já estava treinando antes. Como sempre começamos com corrida, levantamento de peso, abdominais e depois fomos para os bonecos de pratica.

Marco me ensinou uns movimentos de luta e ficou observando-me. Fazendo observações, indicando melhores jeitos de realizar os movimentos.

- Muito bem, Mel, você está se saindo muito bem mesmo. Mas, agora, que tal nós fazermos um treinamento corpo-a-corpo? Assim você pode testar suas habilidades com alvos em movimento, alvos que não vão ficar parados esperando você bater. – Marco disse umas horas depois.

- Como assim? Com você?

- Sim comigo, algum problema?

- Claro que tem problema! Com você não vale. Você é muito mais forte, rápido, alem de ser muito maior do que eu. – eu disse.

- Os lobisomens e, muito provavelmente, seus inimigos também serão assim. Maiores, mais fortes e rápidos do que você.

Eu estremeci.

- Certo, você tem um ponto. – eu disse fazendo bico e ele sorriu, me beijou ternamente nos lábios e disse:

- Vamos começar?

- Vamos.

- Venha.

Eu muito a contragosto segui-o para o centro do ginásio. Posicionamos-nos e começamos. Marco não estava sendo bonzinho comigo. Seus ataques eram precisos e rápidos, os meus nem tanto. Eu desviava dos seus socos e chutes com muita dificuldade. Depois de um bom tempo tentando eu consegui atacá-lo e derrubá-lo, mas ele me levou junto e eu caí por cima dele e tentei imobilizá-lo. Ele rolou ficando em cima de mim e disse sorrindo:

- Te peguei. – e com isso beijou-me.

Ouvi passos em seguida a porta abrindo.

Marco levantou a cabeça para olhar quem havia chegado, assim como eu...

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