Capitulo Dezesseis

quarta-feira, 4 de abril de 2012.
- Então é verdade. – disse ele.

Marco levantou-se e me ajudou a levantar também.

- Sim, nós estamos juntos. – disse Marco.

Ele olhou-me com uma expressão que eu não soube identificar bem. Era algo como angustia, raiva, tristeza tudo misturado.

- Como você pode? – ele disse com a voz fria fitando intensamente ao Marco.

- Eu não planejei isso, Diogo! – Marco se defendeu.

- Não?! – disse Diogo descrente. – Todo aquele papo de ‘somos apenas amigos’. Enquanto eu pensava numa forma de conquistá-la você me apunhalava pelas costas!

Eu estava atônica. Diogo planejando me conquistar? Oh, Deus, mais essa!

- Eu não o apunhalei, Diogo. As coisas entre eu e a Mel foram acontecendo, nós nos amamos e isso não se controla.

- Vocês se amam? Ela te ama?! – ele disse enraivecido. – Era para ela amar a mim, não a você!

- Pelo amor de Deus, não briguem! – eu disse, mas eles me ignoraram totalmente.

- Era para ela amar-te?! – disse Marco. – Como se ela fosse obrigada a isso! Diogo, nós não mandamos no coração! Ninguém pode escolher quem amar!

- Mas ela poderia ter me amado se você não tivesse se intrometido no caminho. Você sempre quer o que é meu não é, Marco?! Sempre tentando ser melhor! Ela ainda vai ser minha, Marco!

- Ela nunca será sua, Diogo!

- Dá para vocês calarem a boca! – eu disse gritando. – Eu não sou um objeto para pertencer a ninguém! Não sei se vocês perceberam, mas eu sou uma pessoa e não pertenço a ninguém a não ser a mim, mesma! Vocês ficam ai falando de mim como se eu não estivesse aqui. Como se eu não tivesse escolha sobre a minha vida!

Eles me olharam surpresos, aparentemente tinha esquecido da minha presença no calor da discussão.

- Desculpe, meu amor. – disse Marco olhando-me docemente.

- Meu amor. – disse Diogo debochado. – Você ainda vai se minha, Melany. Pode apostar. – disse saindo.

- Amor, desculpe por te ignorar, mas é que eu fico um tanto nervoso quando alguém quer tirar você de mim. – ele disse e eu o olhei de cara feia.

Ele olhou-me sem entender por um segundo até que num estalo lembrou.

- Pardon, mon amour, não que você seja uma propriedade pertencente a mim. – disse ele envergonhado.

- Assim não vale. – eu disse.

- O que? – ele disse perdido.

- Você sabe que quando fala em francês e com esse sotaque eu fico sem defesa. – eu disse sorrindo de lado e indo abraçá-lo.

- Bom saber. – ele disse me abraçando de volta. – Vou usar isso mais vezes!

Eu sorri e nós nos beijamos até que ouvimos a porta do ginásio abrir novamente.

Já estava esperando por um Diogo cheio de raiva de novo, mas para minha surpresa não era!

Carol e Isabel entraram incertas e quando nos viu abraçados deram um sorriso maroto.

- Então é verdade?! – disse Carol eufórica.

- Sim. – eu disse envergonhada.

- Ah! Que fofo! – disse Carol e Isabel juntas e vieram me abraçar.

Desvencilhei-me de Marco e abracei-as apertado!

- Eu estou tão feliz por vocês, amiga. – disse Isabel.

- Eu também, Mel. – disse Carol. – Só não vai nos abandonar só por que agora tem um namorado, e que namorado, hein?!

Eu sorrir olhando para Marco que nos olhava divertido.

- Olha lá como fala do meu namorado, hein?! – falei fingindo ciúmes.

Todas nós rimos alto.

- Meninas, só uma coisa. Como é que vocês sabem que nós estamos namorando? – eu perguntei. Isso era uma coisa que eu queria saber desde que Diogo tinha nos interrompido mais cedo.

- As noticia correm, minha amiga. – disse Carol rindo.

- Bem, uma vampira começou com essa história ontem e sabe como é, não é?! Essas coisas se espalham como fogo numa floresta seca. Toda a Academia já sabe. – disse Isabel.

- Oh, Senhor! Que vergonha. – eu disse olhando para o Marco.

- O que você queria, querida? Você conseguiu conquistar o cara mais cobiçado de toda a Academia e que aparentemente nunca se interessou por ninguém aqui. – Carol disse sorrindo.

- Ainda mais do jeito que foi! – disse Isabel. – Marco Sartre pedindo uma novata em namoro de joelhos no corredor da academia? Isso é um fato histórico!

Marco veio até nós e abraçou minha cintura pelas costas. Eu sorri ao sentir seus lábios em meus cabelos.

- Eu me ajoelhei e faria de novo se fosse preciso. – ele disse me olhando com amor.

Ah, meu pai do céu, como eu amo esse dampiro!

- É, Bel acho que estamos sobrando por aqui. – disse Carol.

- Ai, ai... Parece que perdemos nossa amiga, Carol. – Isabel disse.

- Ah, parem com isso, meninas! Eu sou a mesma de sempre e não vou largar você só por que estou namorando.

- A mesma não, agora você é uma Melany apaixonada! – disse Carol e todos nós sorrimos.

- Meninas, como descobriram que estávamos aqui? – perguntou Marco.

- Encontramos com o Diogo no corredor e eu perguntei se ele havia visto a Mel, ele disse que ela estava no ginásio. – disse Isabel.

- Deixe-me lhes dizer, ele não estava com a sua melhor expressão. Na realidade ele parecia com muita raiva. – disse Carol.

- É parecia. – disse Isabel pensativa. – Bem, Mel, você vem almoçar conosco?

- Sim, mas antes eu tenho que ir ao meu dormitório tomar um banho e trocar de roupa.

- Então nos encontramos no refeitório daqui a uns quinze minutos, pode ser? – disse Isabel.

- Sim, até mais meninas!

- Até. – disseram juntas.

- Te acompanho até seu dormitório. – disse Marco.

- Tudo bem.

Guardamos tudo que tínhamos usado e fomos de mãos dadas para o meu dormitório. No caminho varias pessoas nos olhavam surpresas por constatarem que realmente estávamos namorando. Todos encaravam nossas mãos dadas. Eu sorri.

- O que é engraçado? – perguntou Marco.

- Todos estão nos olhando.

- Isso é por que eu estou com a garota mais linda desse lugar. – ele disse me olhando com amor e sorrindo aquele sorriso que eu tanto amo. Eu sorri de volta.

- Então é verdade! Vocês estão mesmo juntos! – disse uma voz atrás de nós.

Olhei para trás de nós e vi Alex todo sorridente.

- Sim, cara. Estamos juntos! – disse Marco.

- Parabéns, pombinhos! – disse Alex divertido. – É, Marco, a garota mal chegou e você já pegou-a para si!

- Eu não peguei ninguém, Alex. – disse Marco, sério.

- Oh, desculpe, casal! – ele disse sorrindo. – Marco, meu caro, cuide bem da minha amiga, hein?!

- Vou cuidar muito bem.

- E você, Mel, cuide bem do meu garotão aqui. – ele disse rindo e dando tapas nas costas de Marco.

- Pode deixar Alex. Eu cuido. – eu disse rindo também.

- Até mais casal. – disse Alex indo embora.

Chegamos ao meu dormitório e Marco se jogou na minha poltrona enquanto eu tomava banho.

Vesti uma roupa leve, um shortinho jeans e uma regata azul, calcei sandálias rasteiras, penteei os cabelos, passei máscara para cílios, gloss e estava pronta.

Quando saí do banheiro Marco ainda estava jogada em minha poltrona, mas levantou assim que me viu.

- Amor, vamos lá no meu dormitório para eu tomar banho?

- Claro, meu bem. Vamos!

No caminho mais olhares de lado.

- Acho que as pessoas vão demorar um pouco para se acostumarem conosco juntos. – eu disse.

- Eu não estou nem ligando. O importante é que nós estamos juntos! – ele disse sorrindo.

O dormitório de Marco era grande e, por incrível que pareça, ele também não tinha colega de quarto. Sua cama de casal era coberta por uma colcha verde e seus travesseiros também tinham capas verdes, havia uma poltrona parecida com a minha, uma estante grande abarrotada de livros, dois criados-mudos, uma mesa com cadernos, livros, papeis e canetas em cima, uma mesa para computador, o computador e algo que me surpreendeu, na parte superior da mesa havia um porta-retrato com uma foto minha que eu nem sabia que havia sido tirada.

Ah, mas esse Marco! – pensei sorrindo.

Em frente a mesa do computador tinha uma cadeira giratória, um frigobar igual ao meu, mas não existia microondas no dormitório, tinha também um guarda roupas bem grande.

Marco saiu do banheiro vestido com uma bermuda preta e camiseta branca, com o cabelo levemente bagunçado. Ele estava tão lindo!

- Vamos? – disse ele pondo algo que eu não vi direito no bolso.

- Vamos. – eu disse.

Ele pegou minha mão e fomos para o refeitório mostrar a todos que estávamos juntos e felizes!


***

Mais tarde no meu dormitório peguei-me pensando onde estaria Daniel. Ele disse que chegaria no máximo naquela manha, mas até agora nem sinal dele. Será que aconteceu algo?! Será que quem quer que está atas de mim resolveu ir atrás dele?!

Oh, meu Deus!

Batidas foram ouvidas na porta. Marco, que estava deitado comigo da cama levantou-se para abrir a porta. Ao abri-la deu de cara com um Daniel muito preocupado e sério.

- Olá, Sr. Lisli.

- Você deve ser o Marco, certo?

- Sim, eu mesmo.

- Muito prazer, Marco. – disse estendendo a mão para cumprimentar Marco.

- O prazer é meu Sr. Lisli!

- marco, chame-me de Daniel, por favor. Sinto-me tão velho quando me chamam de senhor! – disse Daniel sorrindo de lado, porem seu olhar continuava sério e preocupado.

- Ok, Sr... Daniel! – disse Marco corrigindo-se.

- E como está minha menina? – disse Daniel entrando no quarto.

- Melhor agora que você chegou, pai! – eu disse correndo para abraçá-lo.

- Oh, minha menina! – disse ele me abraçando de volta. – Fique tranquila que nada de ruim vai acontecer.

Abracei-o mais apertado e depois o soltei e dei um passo para trás.

- Marco, muito obrigado por ter cuidado da minha menina.

- Não tem de que, Daniel.

- Pai, por que demorou tanto?

- Oh, meu bem, eu cheguei já faz tempo. Estava na sala da Sra. Carmem.

- Achei que quando chegasse viria logo me ver. – eu disse fazendo beicinho.

Ele sorriu.

- Tinha que conversar com ele urgentemente sobre o que aconteceu e como sabia que Marco estava contigo não fiquei preocupado com a sua segurança.

Eu sorri olhando para o Marco, que sorriu de volta.

- Bem, ela me disse que, você, Marco se disponibilizou para era o guardião da Mel. Você tem certeza disso? É uma grande responsabilidade e uma que você terá que carregar para o resto dos seus dias!

- Eu tenho certeza, Daniel. Cuidar da nossa Mel será minha prioridade daqui em diante.

- ‘Nossa Mel’? – disse Daniel com uma sobrancelha erguida para mim.

- Er... Hum... É... – eu comecei a gaguejar.

- Nós estamos juntos, Daniel. Eu a amo! – disse Marco me abraçando pela cintura e sorrindo.

- Você a ama? – disse Daniel.

- Sim – disse Marco – com todo o meu ser.

- Eu também te amo. – eu disse sorrindo para Marco.

- Sim, bem... Oh, Jesus! Minha menininha cresceu! – disse Daniel emocionado.

- Ah, pai! – eu disse sorrindo. – Eu já cresci há muito tempo!

Ele sorriu vindo me abraçar. Soltei-me de Marco e abracei-o.

- Bem – disse Daniel me soltando – conversei com Carmem e vou contratar um vampiro detetive para investigar de onde partiu e quem fez a ameaça. E eu vou precisar do seu celular, meu bem, mas pode deixar que eu vou te dar outro amanha mesmo, ok?

- Ok, pai. – eu disse pegando meu celular e entregando a ele. – E quando o senhor volta par o Rio?

- Amanha pela manhã. Tenho negócios para resolver, mas quero ver se consigo transferir meu escritório para cá. Não vou deixá-la aqui sozinha. Mesmo tendo o Marco por perto.

- Será que é realmente preciso, pai? A Academia é bem protegida e o Marco está sempre perto de mim. Não quero atrapalhar seus negócios.

- Minha filha, você realmente acha que eu estaria tranqüilo lá sabendo de tudo o que aconteceu mesmo a Academia sendo bem protegida e que, agora, você tem o Marco?

Eu entendi. Ele não conseguiria, eu não conseguiria se fosse o contrario. Eu assenti e dei-lhe outro abraço.

- Agora eu vou deixá-los, pois ainda tenho que conversar com o vampiro detetive.

- Ok, pai. Quem é esse vampiro?

- Mel, eu não posso dizer, pois ele pede total discrição e é melhor para você não saber quem ele é.

- Tudo bem, pai!

- Então, Marco, cuide muito bem da minha menina, hein?!

- Pode ter certeza que eu cuidarei, Daniel.

Daniel assentiu, me deu um beijo na testa, apertou a mão de Marco e saiu.

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