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Capitúlo Doze

quarta-feira, 28 de setembro de 2011.
  Eu já estava quase no ginásio quando ele segurou meu braço e disse:
  
  - Melany, nós podemos conversar?

  Eu olhei para onde sua mão segurava o meu braço e depois olhei para ele com os olhos afiados e os lábios pressionados. Não me entendam mal, não é implicância minha com ele, é só que eu não gosto quando as pessoas querem me forçar a algo. Diogo entendeu o recado e retirou a mão do meu braço imediatamente.

  - O que você quer? – eu perguntei.
  
  - Conversar, pedir desculpa... mas agora não é a melhor hora.

  - Por quê? – agora eu estava confusa. Ele não queria conversar?

  - Por que eu quero conversar a sós com você e nós não estamos sozinhos.
  
  Olhei ao redor e não vi ninguém por perto.

  - Como você sabe que tem alguém por perto? – perguntei desconfiada.

  - Longa história. – ele disse misterioso.

  Já disse que mistérios são um saco? Pois é, são.
  
  - E o que te faz pensar que eu quero conversar com você a sós? – eu perguntei.
  
  - Os meus lindos olhos azuis. – ele disse com aquele sorriso fácil. Já fazia um bom tempo que eu não o via sorrir. Eu gostava quando ele sorria. Nesse momento eu decidi que já não estava mais com tanta raiva dele.

  Revirei s olhos e disse sarcasticamente:

  - Oh, sim claro, seus lindos olhos azuis.
  
  Olhamo-nos por dois segundo. Foi o suficiente para eu ver desejo nos olhos de Diogo. Ignorei isso.

  - Bem, se você não tem nada a me dizer então eu vou entrar. – eu disse abrindo a porta do ginásio.

  A aula foi o de sempre: levantamento de peso corrida e pratica de luta. Mark disse que eu estava cada dia melhor e que os treinos extras com Diogo estavam me ajudando. Eu assenti e sorri para ele, apesar de não estar satisfeita por Diogo levar a fama quando eu treino sozinha. Diogo, - não sei por que -, não falou nada para Mark e eu também achei melhor deixar quieto.

  Saí do ginásio e fui direto para o refeitório.

  Entrei no refeitório e ele já estava cheio, meus amigos já estavam todos sentados em nossa mesa de costume. Pequei minha comida e fui sentar-me com eles. Eles estavam animados.

  - Mel, - disse Carol assim que me juntei a eles. – nós estávamos pensando em fazer trilha.

  Trilha... já fazia muito tempo que não fazia trilha e a ultima vez que eu fiz eu fui atacada por aqueles lobisomens monstruosos. Reprimi essa lembrança.

  - Não vai dar. – eu disse.

  - Por quê? – perguntou Isabel.

  - Tenho que fazer um trabalho.

  - Faz domingo. – disse Bruno.

  - Não posso já marque para amanha.

  - Marcou com quem? – perguntou Isabel curiosamente.

  - Com o Marco.

  - Que Marco? – Carol perguntou suspeitosamente.

  - Marco Sartre. – eu disse calmamente.

  Carol e Isabel pareceram congelar assim que eu disse o nome de Marco. Elas me olhavam com os olhos arregalados.

  Comecei a comer e deixe-as digerir o que eu tinha acabado de falar.

  - Ahhhhhh!!! – gritaram Isabel e Carol.

  Eu dei um pulo de uns dois metros.

  - Eu não acredito! Você e ele fazendo trabalho juntos! – disse Carol. Eu a encarei ainda meio atordoada pelo grito delas.

  - Mel, eu sou sua fã! – disse Isabel. – Eu sou simplesmente sua fã!

  Carol olhou para Isabel e as duas começaram com os gritinhos histéricos novamente.

  - Para que todo esse escândalo? – eu perguntei as encarei novamente e balancei a cabeça em exasperação.

  - Mel, você vai passar sabe Deus quanto tempo com o Marco, entendeu? Focaliza no nome, MARCO!

  - Eu não sei por que tudo isso. – disse Bruno mal humorado.

  - Também não sei o que tanto essas garotas vêem nele, meu querido amigo. – disse Marcelo a Bruno.

  - Hei, ele é o Marco delicia! Ele é tudo de bom! Vocês já viram aquele corpo?! Aí meus olhos! – disse Carol aos suspiros.

  - Carol você está certíssima que corpo é aquele?! – disse Isabel também suspirando.

  - Vocês têm noção de que o refeitório inteiro esta ouvindo em alto e bom som o que vocês estão falando, não têm? E que principalmente o Marco esta ouvindo tudo isso e alto e bom som. – eu disse.

  Elas coraram imediatamente.

  - Um pouco tarde para ficar com vergonha, não? – disse Bruno.

  Carol o encarou furiosamente enquanto Isabel só ficava ainda mais corada. Eu sorri.

  - É melhor nós irmos para nossas aulas. – disse Marcelo.

  - Também acho Marcelo, é melhor a gente ir logo. – disse Bruno.

  - Tchau, Mel. – todos disseram juntos.

  - Tchau, pessoal. – eu disse saindo do refeitório.

  O resto do dia passou rápido e logo as aulas tinham acabado.

  Fui para o meu quarto tomei um banho coloquei minha roupa de ginástica. Cheguei no ginásio e ele estava vazio, como o esperado. Fui até área de musculação, coloquei o fone do Ipode no ouvido e comecei a corre. A música que estava tocando era Decode do Paramore, mas eu não estava realmente ouvindo. A única coisa que estava em minha mente ainda eram aquelas visões.

  Algo tocou meu braço. Virei-me rapidamente em posição de ataque. Meu punho direito acertou em cheio seu olho esquerdo.

  CRAC!

  - Oh, meu Deus! – eu disse.

  Na minha frente Diogo fazia uma careta de dor enquanto cobria com a mão seu olho esquerdo que parecia ligeiramente amassado e que sangrava, sim sangrava!

  - Eu não sabia que você ainda estava com tanta raiva de mim. – ele disse com um sorriso forçado.

  - Não seja ridículo, Diogo. Mesmo com raiva eu nunca faria isso de propósito. E eu não tenho culpa se você gosta de assustar os outros.

  - Eu não queria te assustar.

  - Mas assustou! Agora tire a mão do olho e deixe-me ver isso.

  Ele tirou a mão lentamente e disse:

  - Desde quando você é tão forte?

  - Bem, não é tão ruim quanto parece, um pouco de sangue vai resolver. – eu disse ignorando sua pergunta. – Vem, vou levá-lo à enfermaria para limpar isso.

  - Eu não quero ir a enfermaria.

  - Eu não perguntei se você quer ir, eu disse que vou levá-lo, você querendo ou não.

  Sob muito protesto de Diogo eu o levei a enfermaria. A enfermeira limpou seu olho de deu-lhe sangue.

  - O que aconteceu com você, Diogo? – perguntou a enfermeira.

  - Apenas um pequeno incidente, Maria. Nada demais.

  - Quem fez isso com você, Diogo? – disse Maria olhando suspeitosamente para mim.

  - Eu não quero falar sobre isso. – disse ele. – E eu apreciaria se você fosse discreta sobre esse assunto.

  - Tudo bem, mas se tiver uma próxima vez eu não serei discreta. – ela disse me olhando friamente e saiu lançando um sorriso de flerte para Diogo.

  - Ok, já que você está bem e tudo mais, eu vou embora. – eu disse já saindo.

  - Eu ainda quero conversar com você. – disse Diogo.

  - Agora não Diogo, agora não. – eu disse e fui embora.
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Capitulo Onze

domingo, 28 de agosto de 2011.

Na sexta acordei cedo e arrumei-me calmamente.

Cheguei à sala de aula e Sr. Soares ainda não estava na sala. Sentei em minha carteira de costume e perdi-me em pensamentos.

- Bom dia classe! – disse Sr. Soares em português – o que era extremamente raro -, entrando na sala e fechando a porta.

Todos sentaram em seus lugares.

A aula como sempre foi tranquila. O Sr. Soares era um vampiro simpático, nos tratando com um jeito até fraterno – isso quando ele estava de bom humor. Era bonito como todo vampiro, seus olhos eram azul-claros, sua pele branca, seu rosto tinha traços fortes com bochechas altas, nariz reto e queixo largo, curtos cabelos loiro-claros e era alto, com magros músculos discretos.

Enquanto o Sr. Soares falava alguma coisa sobre a utilização dos verbos na língua alemã, eu dei uma olhada na sala.

Os alunos estavam até que prestando atenção; Alex parecia entediado, Marco parecia lindo como sempre e me presenteou com um sorriso quando seus olhos encontrar os meus e Diogo... onde estava o Diogo? Ele não sentava ao lado de Marco? Olhei melhor a sala e encontrei Diogo sentado a umas três fileiras ao lado e cinco cadeiras atrás de Marco e... Ele me encarava intensamente. Desvie o olhar. Me chame de rancorosa, mas eu ainda não tinha esquecido a brincadeirinha ridícula que ele tinha feito.

Minha mente estava longe mais precisamente nas visões que eu tive. A aula passou que eu nem vi e fui para a aula de magia elementar ainda pensando nisso e continuei enquanto a aula seguia.

- Melany? – disse Catherine. – Aconteceu alguma coisa, querida? – perguntou ela gentilmente.

- Oh, não! – eu disse sem graça.

- Você ficou pensativa a alua inteira. Pensei que tivesse acontecido algo.

– Não aconteceu nada. Hoje estou um pouco distraída mesmo. Desculpe.

Ela sorriu e assenti. Virou-se para o resto da turma e disse:

- Dispensados.

Saí rapidamente da sala e fui direto para a aula de literatura. Agora eu estava pensando em Marco e Diogo... então eu lembrei...

- Melany.

- Deixe-a ir, Diogo.

- Não me diga o que eu tenho ou não que fazer, Marco.

Oh, Deus! Será que eles brigaram por minha causa? – pensei. Ah, claro que não! Era muita pretensão minha pensar isso.

Entrei na sala e novamente Diogo sentou-se longe de Marco.

A Sra. Elissa Magroski, entrou na sala pedindo silencio aos que estava conversando.

- Bom dia, turma! Hoje nós faremos um trabalho sobre a matéria da aula passada, valendo nota. – disse Elissa. – Será em dupla, mas para não haver confusão eu escolherei as duplas, ok?

Alguns protestaram por ela escolhe as duplas outros ficaram até felizes, e eu? Bem, eu esperava fazer com alguém que eu conhecesse. Resumindo: Alex, Marco ou Diogo. Nem tanto com o Diogo, eu ainda estava brava com ele.

- Bem, eu direi os nomes e um da dupla vem aqui pegar as folhas que eu vou dar, depois das duplas formadas eu explicarei como fazer. Vamos lá... – Elissa foi formando as duplas.

Só faltavam quatro e ela não tinha falado meu nome ainda, entre essas pessoas estavam Diogo e Marco.

- Diogo e... Rômulo e Marco e Melany.

Ufa!

Marco foi até a professora, pegou os papeis e veio em minha direção. Posicionou a mesa ao lado mais perto da minha e sentou-se ao meu lado com um sorriso genuíno. Olhei brevemente para Diogo e ele nos encarava com frustração.

- Agora que já formamos as duplas prestem atenção! Vocês receberam uma folha com um texto falando sobre o Arcadismo e uma folha com perguntas sobre a toda a matéria. Eu quero que vocês leiam o texto e a matéria de ontem e respondam com suas palavras. Se existirem respostas iguais as duplas perderam ponto, mesmo se as respostas estiverem certas. Podem começar.

- Hei. – eu disse. Idiota eu sei, mas eu não sabia o que dizer, poxa!

- Hei, está tudo bem?

- Sim, tudo bem, por quê?

- Quando você saiu do ginásio ontem você parecia... ahã...

- Com raiva?

- É, sim com raiva.

- Bem, eu estava.

- Posso saber o porquê?

- Bem, é que o Diogo tem a irritante mania de chegar atrasado. E ontem eu falei com ele que quando ele precisasse chegar atrasado era para ele me avisar, assim eu não ficava esperando ele.

- E era por isso que você estava com raiva? – ele me perguntou cético.

- Sim... quer dizer não... ahrg! É que eu acho que ele não recebe muito bem as criticas. Ele disse que não custava nada esperar um pouco... – ele me olhou como se concordasse com Diogo. – ok, eu sei que não custa nada esperar um pouquinho de vez enquanto, mas todo dia?! E ele ainda fez uma piadinha ridícula perguntando se eu estava de TPM, pode?

Eu estava indignada!

Marco balançou a cabeça em exasperação e sorriu dizendo:

- Diogo é assim mesmo. Não fica com raiva dele!

- Tarde demais. – eu resmunguei.

- Nunca é tarde de mais, Melany. – ele disse seriamente.

- Ok, vamos fazer o trabalho. – eu disse.

- Você está desconversando! – ele acusou.

- Não diga! – eu disse ironicamente. – Olha só, eu não gosto que me façam de idiota, ok? Não gostei da atitude do Diogo e eu tenho todo o direito de não gostar. É melhor ficarmos longe por um tempo. Eu não sou de guardar rancor, mas eu demoro um pouco para perdoar. Eu sou assim.

- Tudo bem, eu não estou aqui para te julgar. Eu só queria te entender. – ele disse serenamente. Sorriu. – Aí, posso te fazer uma pergunta?

- Já fez, mas pode fazer outra. – eu disse sorrindo também. Já disse que é impossível não corresponder o sorriso dele? Pois é, é muito difícil.

Ele sorriu novamente.

- Onde você morava antes de vir para a Academia?

- Em Cabo Frio no Rio de Janeiro.

- Do que você sente mais falta?

- Alem, de Daniel e Luiza o que eu sinto mais falta é do mar e das festas, é claro.

- Festas?

- Claro! Eu ia a festas todos os dias. Afinal uma vampira tem que se alimentar. E nada melhor do que festas... hum... sangue direto da fonte... irresistível.

Ele colocou as mãos no pescoço e me olhou assustado.

Eu o encarei.

Ele sorriu.

- Isso não foi engraçado.

- Por que você sente falta do mar? – ele disse.

- Não sei bem, o mar me acalma, sabe? Nadar me acalma. Ver as ondas banhar a areia, senti-la em minha pele... Isso me da paz, me faz sentir segura. É meio bobo eu sei, mas é assim que eu me sinto.

- Não é bobo. – ele disse. – Eu também gosto do mar... quando eu morei no Havaí há uns anos atrás eu ficava horas na praia. O mar e o surf são algumas das coisas que eu mais sinto falta quando eu estou na Academia.

- Você surfa? – eu perguntei incrédula.           

- Surfo. – ele disse com um meio sorriso.

- Eu sempre quis aprender, mas nunca achei alguém para me ensinar. Claro, tem humanos que ensinam, mas é tão chato aprender com humanos. – eu disse desanimada.

- Eu te ensino. – ele disse.

- Ah, aqui não tem praia, esqueceu?

- Nós podemos ir para algum lugar que tenha.

- Jura? – ele assentiu. – Que ótimo! – exclamei.

Fiquei me imaginando em uma prancha surfando naquela imensidão verde azul. Olhei para Marco e o vi encarando-me, como se nunca mais fosse me ver. Ele me olhava tão intensamente que senti a necessidade de desviar o olhar em sinal de vergonha, mas não consegui. Perdi-me aquele mar de cor mel.

- Antes de eu virar vampira eu tinha medo do mar por quase me afogar nele. – eu disse sem motivo algum.

Ele riu, riu alto. Todos nos encararam.

- O que é tão engraçado, Marco? – perguntou Elissa rispidamente.

- Oh, nada Sra. Magroski. Desculpe. – disse Marco com a expressão seria, mas havia um sorriso brincando nos cantos de seus lábios.

- Voltem ao trabalho. – ela disse simplesmente.

- Jura que você tinha medo do mar?! – ele disse divertido.

- Tinha. – eu disse envergonhada. Ele riu ainda mais. – Isso não é engraçado. Eu era uma criança que nunca tinha visto o mar, eu queria nadar nele, e foi o que eu fiz. Ou pelo menos eu tentei, já que eu não sabia nadar. Eu levei um “caldo” tão grande que era para ter me perdido no mar e nunca mais ter sido encontrada.

- Desculpe. – ele disse. – Mas é que é engraçado.

- Uma criança se afogar e quase morrer é engraçado?! – eu perguntei.

- Er... Bem, não, mas o jeito que você contou fez parecer engraçado. – ele disse desconcertado.

- Tudo bem eu entendi, mas não foi engraçado. – eu disse tentando soar séria, mas não consegui. Marco me olhava apertando os lábios para não rir. – Pode rir Marco eu sei que você quer. – eu disse rindo.

Ele também riu.

- Ok, já que você confessou que tinha medo do mar eu também vou confessar uma coisa... – eu fiquei olhando-o em expectativa. – Eu...

- Você? – eu perguntei ansiosa.

- Eu... eu matei um gato. – ele disse rindo.

Eu o olhei cética. – Você matou um gato?! – ele assentiu. – E eu aqui pensando que era alguma coisa.

- Hei, é alguma coisa! – ele disse ainda rindo. – Mas agora é serio vou confessar uma coisa. – eu o olhei sem acreditar. – Hei, me dá um pouco de credito! É uma coisa realmente seria.

- Vá em frente. – eu disse curtamente.

- Eu tenho um meio-irmão. – ele disse sério, nenhum traço do seu lindo sorriso nos seus lindos lábios. – Mas isso é um segredo, Melany, ninguém sabe disso.

- Por que é um segredo?

- Nós preferimos assim. Meu pai o transformou...

- Dá um pause aí, transformou? Ele não é um dampiro?

- Não, ele é vampiro. Eu só descobri que tinha um meio-irmão a pouco mais de trinta anos.

- Por que seu pai não disse que você tinha um meio-irmão?

- Não sei, meu pai se tornou muito ausente depois que minha mãe morreu. Mas apesar de ser ausente eu o amava e sofri muito quando ele foi assassinado e ainda sofro... – disse Marco, em sua voz eu podia notar a dor a que ele estava se referindo, ele sofria.

- Seu pai foi assassinado? – eu não pude me impedir de perguntar.

- Ele foi decapitado há uns cinquenta anos. Ninguém sabe por que e nem por quem. Eu me sinto culpado, embora não estivesse lá, por que se eu estivesse poderia ter feito algo para impedir quem quer que o assassinou.

- Eu sinto muito. – eu disse sinceramente.

Ficamos um minuto em silencio, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

- Você e seu irmão se falam?

- Sim, nós somos até bem íntimos.

- E onde ele está?

- Aqui na academia.

- Você pode me dizer quem é?

- Melhor não, prefiro que ele o faça.

- Tudo bem.

Nós ficamos em silencio mais uma vez e então em uma necessidade que eu não sei de onde vinha comecei a contá-lo o que nunca tinha contado a ninguém alem de Daniel.

- Sabe? Eu nunca conheci os meus pais... ninguém sabe o que aconteceu com eles... quando eu fui encontrada sozinha no meio da estrada me levaram para um orfanato e lá eu fiquei até os meu sete anos. Eu ainda me lembro de como era... – Marco me olhava intensamente com um olhar interessado.

– O jardim que cercava o orfanato era enorme, a grama verde... as flores coloridas... lá haviam muitas flores diferentes, tulipas, margaridas, orquídeas, rosas, todas as flores de todas as cores, era lindo! Na primavera quando os botões se abriam era mágico... eu ficava horas as admirando...

A sala inteira sumiu, nesse momento só existiam eu, Marco e minhas lembranças.

- No outono quando as muitas árvores perdiam suas folhas e o chão ficava repleto delas, como um tapete marrom... no inverno eu gostava de ficar sentada na minha cama, que ficava de frente para a janela, observando o começo da floresta que ficava ao norte do orfanato... eu gostava de imaginar que havia alguém ali que se importava comigo, que eu não estava sozinha, que em algum lugar alguém sentia a minha falta...

Funguei e senti que as lagrimas estavam prestes a sair.

- Eu queria tanto acreditar nisso que as vezes eu podia jurar que via grandes sobras andando por aquela parte da floresta... e não sei porque mas eu me sentia segura com isso... - eu me deixar pelas lembranças.

Estava tão absorvida por minhas lembranças que só me dei conta de que sussurrava muito baixo quando percebi o rosto de Marco a poucos centímetros do meu.

- Desculpe. – eu disse envergonhada. – Eu me deixei levar...

- Não tem problema, eu gosto de te ouvir falar e agradeço por confiar em mim. – ele disse ainda me olhando intensamente, ainda muito perto.

- Vocês já acabaram? – perguntou Elissa.                                           

- Ahãm? – eu perguntei desviando o olhar do de Marco.

- Não Sra. Magroski, peço que nos deixe entregar na segunda. – disse Marco olhando nos olhos de Elissa.

Elissa o olhou por um instante e disse rispidamente:

- Ok, Marco! Mas não deixe de entregar na segunda.

- Tudo bem, Sra. Magroski, entregarei na segunda. – Elissa foi embora e Marco virou-se para mim. – Podemos continuar amanhã, Melany?

- Podemos, que horas?

- Às nove da manha está bem, para você?

- Sim, está. Onde?

- Na biblioteca.

- Eu... er... não sei onde fica a biblioteca.

- Eu posso passar no seu dormitório para irmos juntos. O que você acha.

- Eu acho ótimo. – eu disse entusiasmada demais. Ele sorriu.

- Até a próxima aula então, tchau. – ele disse se levantando.

- Tchau. – eu disse.
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Capitulo Dez


Acordei na segunda mega atrasada.

Tomei banho em tempo recorde. Vesti meu uniforme e enquanto eu literalmente corria para minha primeira aula, prendia os cabelos em um rabo-de-cavalo. Minha maquiagem consistia em um gloss. Mas, é claro, que eu levei um lápis de olho preto e um blush para colocar enquanto o professor estivesse de costas. Depois de todos esses anos me maquiando eu já conseguia fazer isso em segundos se precisasse.

Cheguei a porta da sala, respirei fundo, e bati gentilmente.

- Zwischen. – disse o professor Fernando. O Sr. Soares era professor de língua alemã e fazia questão de só falar em alemão.

Depois de uma semana eu já tinha aprendido o suficiente para saber que ele tinha dito para mim entrar.

- Entschuldigung für Verspätung. – eu disse timidamente me desculpando pelo atraso.

Fernando olhou-me surpreso. Pelo visto ele não achou que eu fosse capaz de dizer uma frase inteira em alemão. Claro, nem eu sabia, já que eu não prestava nenhuma atenção em sua aula.

Ponto pra mim!

Depois de seu momento de confusão ele voltou a aula e eu fui rapidamente para o meu lugar no fundo da sala. Nem preciso dizer que estava todo mundo me olhando, não é?!

Abri minha mochila, tirei meu livro e meu estojo e coloquei tudo na mesa.

Alex, sentado ao meu lado, deu-me um olhar questionador erguendo uma sobrancelha loira que não era nem de longe tão perfeita quanto a de Marco.

Dei de ombros e enquanto o professor ficava de costas passei o lápis de olho e blush o mais rápido possível. Uma dampira e uma vampira - que estavam a duas fileiras de distancia de mim - me olharam com espanto com o quão rápido fui capaz de me maquiar.

Marco e Diogo, assim como Alex, me lançaram olhares e sorrisos divertidos.

Sorri e voltei minha atenção para o Sr. Soares.

Assim que a aula acabou fui para a de Magia Elementar e a professora já estava na sala.

- Bom dia Sra. Spittle. – eu disse.

- Pode me chamar de Catherine, Srta. Lisli. – ela disse sorrindo.

- Só se a senhora me chamar de Malany. – eu disse sorrindo também.

- Tudo bem, Melany, bom dia.

- Bom dia, de novo, Sra. Catherine. – sorri e fui para o meu lugar.

Catherine era uma boa professora, ela deveria ter uns cento e poucos anos, mas tinha aparência de pouco mais de vinte e cinco. E como toda vampira ela era linda. Morena jambo, altura mediana, corpo na medida – nem gorda, nem magra -, curvas delicadas, olhos castanhos escuros e cabelos também castanhos escuros encaracolados na altura dos ombros. Hoje seus cabelos estavam presos em um rabo-de-cavalo alto, deixando seu rosto de traços retos perfeitamente a mostra.

A aula passou rápido. As aulas de magia elementar sempre passam assim. E eu sempre permaneço na mesma, sem muitos progressos.

Saí da aula, como sempre, frustrada.

Enquanto eu me martirizava mentalmente fui andando para minha próxima aula. Literatura.

A Sra. Magroski era uma vampira, baixinha, pele branca, com bochechas rosadas, cabelos cacheados castanho-dourados e grandes olhos verdes, profundos, sonhadores, acolhedores.

Nós hoje começaríamos a estudar o Arcadismo.

- O Arcadismo representa, na literatura, uma reação contra os excessos do Barroco, seu estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas. – disse a Sra. Magrosk. – Como se propunha na época um retorno aos modelos clássicos Greco-latinos e renascentistas, considerados fontes de equilíbrio e simplicidade, o Arcadismo também é denominado Neoclassicismo...

Essa aula também passou rápido. Acho que as aulas de literatura passavam rápido porque eu prestava tanta atenção, que não via o tempo passa. Poderiam ter passado horas e horas, mas eu ainda acharia que passou rápido. Eu definitivamente amava literatura.

Eu estava na frente do meu armário guardando minha mochila; já vestia o uniforme para a aula de Defesa Pessoal, que consistia em uma calça de malha vermelha e uma camiseta colada branca que – para a minha total vergonha – deixava transparecer o meu sutiã de bojo branco com rendas vermelhas. Bem, eu poderia colocar outra camiseta, sim? Não! Semana passada eu vestia uma camiseta preta, porque eu ainda não tinha uniforme para essa aula, mas agora eu tenho o uniforme e tenho que usá-lo.

Cheguei ao ginásio e Mark disse:

- Melany, o de sempre, ok? Corrida e levantamento de peso vinte minutos de cada. Depois eu venho falar com você.

- Está bem, Sr. Scabio.

- Pode me chamar de Mark, Melany. – ele disse com um pequeno sorriso.

- Ok, Mark. – sorri também.

Fui para a esteira, coloque o fone do meu Ipod no ouvido e comecei a correr.

Quarenta minutos depois eu já tinha corrido e levantado peso. Eu podia sentir que estava ficando mais resistente. Vinte minutos de corrida e vinte minutos de levantamento de peso já não era nada.

- Melany, nesses vinte minutos restantes vou te ensinar uns golpes de luta, ok?

- Tudo bem.

- Vem, vamos pegar uns bonecos.

Pegamos dois bonecos de treino e os alinhamos na parte traseira do ginásio – na área de treinamento em grupo. Enquanto isso os outros alunos foram para a musculação.

- Vamos começar. – disse Mark.

Eu assenti.

- Pernas paralelas, alinhadas com o quadril e os ombros...

Enquanto ele ia falando eu ia fazendo exatamente o que ele ia dizendo.

- Chuta. Direita, direita. Esquerda, esquerda... Isso muito bem.

Passamos os últimos vinte minutos da aula assim. Dando chutes nas costelas dos bonecos. Sem socos infelizmente.

- Melany, você se saiu muito bem. – disse Mark.

- Obrigada.

- Dispensados. – disse ele virando-se para os outros alunos. - Diogo, vem aqui fazendo favor.

- Sim Mark. – disse Diogo.

- Hoje, você começa a passar lições de combate corpo-a-corpo para Melany, ok?

- Claro. – ele disse e sorriu pra mim.

Sorri também para ele e falei para o Mark:

- Posso ir?

- Oh, sim pode.

- Tchau.

- Tchau.

- Até mais tarde Melany. – Diogo disse.

- Até.

Saí do ginásio passei pelo meu armário peguei, minha mochila e fui para o vestiário trocar de roupa.

Sentei no banco do vestiário para calçar a sapatilha que tinha tirado para tomar banho, então aconteceu... de novo.

Eu estava em uma sala feita de madeira, nela havia dois sofás de couro negro, uma mesa de centro de madeira cor mogno e com o tampão de vidro, sobre a mesa estava um porta-retrato com uma foto de uma mulher grávida, a mesma mulher que tinha visto antes.

Ouvi passos e logo a mulher da foto entrou na sala acompanhada por dois homens.

Os homens eram bem altos, morenos, cabelos negro-azulado - como os meus -, olhos azul-celeste, aparentemente eram irmãos e eu não me surpreenderia se fossem gêmeos, já que tinham traços muito semelhantes e era realmente difícil distingui-los. A única diferença aparente era que usava uma aliança no dedo anelar da mão esquerda, assim como a mulher.

Eles eram casados. Dãã, grande descoberta!

- Ela é minha filha! – disse a mulher.

- Eles não vão nos deixar em paz até que a peguem. Essa é a melhor solução! – disse o homem sem a aliança.

- Diga, diga a ele que nós não vamos deixá-la! – disse a mulher ao marido.

- Amor, é a melhor alternativa. Se ficarmos com ela, eles a pegarão!

- Não! – a mulher disse chorando.

O homem a abraçou e disse:

- Ela ficará bem, amor, é o melhor para ela! Eu também não gosto da ideia, mas não quero nossa filha correndo em perigo.

- Tampouco eu gosto da ideia da minha sobrinha longe de nós, mas é o melhor para ela. Quando ela crescer mais nós a pegamos de volta e...

Tudo ficou escuro de repente. Pisquei, fechei os olhos bem apertados e quando os abri eu encarava a parede branca do vestiário.

Respirei fundo. O que foi isso?

Olhei o relógio e já tinha passado da hora do almoço. Merda! Pequei minhas coisas e fui para a aula.

O resto do dia passou voando e sem mais nenhum visão bizarra.

A aula extra de magia foi a mesma coisa de sempre: sem nenhum progresso significativo.

Cheguei no ginásio para o meu treinamento com Diogo e – só para variar! - ele ainda não estava lá. Isso já estava virando rotina. Todo dia era a mesma coisa.

Sentei em um dos colchonetes azuis para esperar o Diogo.

Vinte minutos depois a porta do ginásio abriu.

- Você esta vinte minutos atrasado... de novo. – eu disse sem me virar para ele.

- Desculpa. – ele disse.

- Ok, vamos começar logo. – eu disse de mau humor.

- Sim vamos.

Começamos com o de sempre: corrida e levantamento de peso. Depois de quarenta minutos disso nó começamos a lutar de verdade.

- Melany, vamos começar com alguns chutes. Igual aos que você estava treinando com o Mark, certo?

- Certo.

Ficamos treinando por mais ou menos uma hora, mas só treinamos chutes. Eu já estava bem melhor. Diogo podia ser impontual, mas ele era um bom instrutor.

- Você estava muito bem, Melany, tem certeza que hoje foi a primeira vez que você treinou chutes?

- Tenho.

- Parece que você faz isso a um bom tempo, você é muito forte para uma vampira da sua idade.

- Obrigado... eu acho. – eu disse. – Posso ir ou nós vamos treinar mais?

- Está com pressa?

- Um pouco.

- Posso saber por quê?

- Tenho assuntos a resolver.

- Posso ajudar em algo?

- Não, isso está fora do seu alcance. Mas mesmo assim obrigada.

- Disponha. – ele disse com um sorriso sedutor. – Se precisar é só chamar, farei de tudo para ajudar.

- Ok, obrigada. – eu disse fingindo que não percebi o duplo sentido dessa ultima frase. Quando estava na porta do ginásio encarei-o de novo. – Da próxima vez que você precisar se atrasar, me avise, por favor.

E assim saí sem esperar resposta.

Cheguei ao meu quarto, antes de tomar banho coloquei um copo de sangue no micro-ondas, saí do banho, vesti uma calça jeans e uma regata, tomei o sangue, e me joguei na cama.

Minha mente estava longe, mais precisamente naquelas visões que eu tive. Deus, aquelas pessoas! Suas características físicas eram tão parecidas com as minhas. Os olhos daquela mulher, os cabelos daqueles homens, até o formato dos olhos dos homens e os lábios da mulher eram iguais aos meus!

E aquela criança, aquela menina a quem a mulher chamava de filha era tão parecida comigo.

Será que eles eram os meus pais? Mas por que essas visões agora, a essa altura da minha vida.

Lágrimas silenciosas escorreram por minhas bochechas. Deus, o que estava havendo comigo?

Meu celular fez um bipe indicando que eu tinha uma mensagem. Peguei-o e vi que a mensagem era Isabel.

“Mel, estamos no refeitório. Você vem jantar ou vai passar também?”

Suspirei, eu não queria ir, mas já não tinha almoçado e estava com fome a pesar de ter tomado sangue.

“Estou indo.” - mandei de volta.

Relutante, me levantei da cama e fui ao refeitório. Chegando lá e fui direto para a fila do Buffet - que não estava grande devi ao horário -, peguei o de sempre, arroz, frango grelhado, salada e um copo de suco.

O pessoal estava sentado em nossa mesa habitual. Marcelo já estava comendo e Carol bebia um copo de sangue. Sentei-me entre Carol e Marcelo, Isabel e Bruno estavam de frente para nós.

- Oi, pessoal. – eu disse.

- Achei que você não viesse jantar hoje. – disse Marcelo.

- Por que você não almoçou com a gente hoje, Mel? – perguntou Carol.

- Longa história.

- Mel, sentimos sua falta ontem no piquenique. – disse Bruno.

- Também senti falta de vocês.

- Treinou muito? – disse Marcelo.

- Treinei bastante.

- Você está bem, Mel? – perguntou Isabel.

Não! – pensei.

- Sim. – eu disse. Como explicar para eles o que nem eu entendia?!

O resto do jantar foi silencioso. Quando acabamos fomos para o dormitório ainda sem dizer nada.

***

A semana passou em um piscar de olhos. Não tive mais visões e eu agradeci por isso.

A quinta-feira chegou e logo já estava no fim, as aulas passaram como um borrão e a hora do meu treinamento com Diogo já chegara.

Cheguei ao ginásio e Diogo não estava lá de novo. Ele se atrasava todos os dias. Eu já estava pelas tampas com ele.

Meia hora depois ele chegou.

- Você está atrasado... de novo. – disse eu nem me incomodando em olhá-lo.

- Desculpa. – ele disse.

Encarei-o.

- Desculpa?! Você chega atrasado todo dia, Diogo! Se você tem alguma coisa para fazer antes dos treinos e tem que chegar atrasado é só falar! Poxa, eu tem mais o que fazer do que ficar aqui igual uma lesa te esperando todo dia! – eu disse. Bem, na verdade eu não tinha nada pra fazer, mas ele não precisava saber disso.

- Você esta na TPM? – ele perguntou ironicamente.

- Vampiras não menstruam. – eu disse cética. – E eu não estou brincando. – agora eu estava séria.

- Melany, eu não me atraso por que eu quero é só que... poxa, não custa nada esperar um pouquinho.

- O que? Todo dia? Claro que custa! – eu quase gritei. Agora eu estava realmente incrédula. Como ele podia dizer isso?!

Deixei Diogo me olhando com os olhos arregalados e saí do ginásio batendo a porta. Eu estava tão ‘fula da vida’ que nem vi que alguém estava parado fora do ginásio de costas para mim.

Bati com tudo em suas costas quase caindo... sim quase por que mais rápido do que meus olhos puderam acompanhar ele virou-se e segurou-me pela cintura roçando ligeiramente nossos corpos. Era ele. Marco.

Senti seu cheiro antes de ver seus olhos. Que cheiro maravilhoso e, Deus, que corpo era aquele! Finalmente olhei em seus olhos. Eles estavam um tanto divertidos acompanhando aquele meio sorriso perfeito enquanto eu me endireitava para ficar em pé por meus próprios pés.

Sorri.

- Desculpe. – eu disse ainda sorrindo bobamente.

Ele apenas sorriu. E eu sorri ainda mais.

Arg! Eu tenho que parar com isso.

- Melany! – chamou Diogo.

Virei em direção a parta do ginásio e vi Diogo saindo por ela.

- Melany, serio desculpa é que... – Diogo parou abruptamente ao ver Marco. – Oi Marco. – ele disse com tom de voz frio.

Fiquei confusa. Eles não eram amigos?

- Oi Diogo. – disse Marco depois de um instante. Sua expressão era de confusão assim como a minha.

- Bem, Melany, desculpe, eu...

- Diogo, agora eu estou com bastante raiva e nada que você disser vai fazer eu te desculpar, então depois a gente conversa, ok? – eu disse interrompendo-o.

Marco nos olhava com uma mistura de confusão e outra emoção que eu não soube identificar.

- Você não vai treinar hoje?

- Não, e nem sei quando venho amanhã, mas ao contrario de você, eu vou avisar. – eu disse saindo.

- O que eu vou dizer para o Mark? – perguntou Diogo.

- Não sei.

- Melany! – chamou Diogo.

- Hum? – disse virando para encará-lo.

- Sério, desculpa. Vamos conversar. Eu não devia ter feito aquela brincadeira... Você não pode ficar sem treinamento.

- Agora não, Diogo, como eu disse ainda estou com raiva. Passe bem.

- Melany. – chamou Diogo outra vez, mas agora eu não voltei.

- Deixe-a ir, Diogo. – disse Marco.

- Não me diga o que eu tenho ou não que fazer, Marco. – disse Diogo com a voz mais fria do que antes.

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*Zwischen = entre;
**Entschuldigung für Verspätung = Desculpe a demora.

ps: meninas eu não sei se a escrita é exatamente essa, pq eu tirei da net, pois ñ entendo nadinha de alemão =D
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