Capitúlo Doze

quarta-feira, 28 de setembro de 2011.
  Eu já estava quase no ginásio quando ele segurou meu braço e disse:
  
  - Melany, nós podemos conversar?

  Eu olhei para onde sua mão segurava o meu braço e depois olhei para ele com os olhos afiados e os lábios pressionados. Não me entendam mal, não é implicância minha com ele, é só que eu não gosto quando as pessoas querem me forçar a algo. Diogo entendeu o recado e retirou a mão do meu braço imediatamente.

  - O que você quer? – eu perguntei.
  
  - Conversar, pedir desculpa... mas agora não é a melhor hora.

  - Por quê? – agora eu estava confusa. Ele não queria conversar?

  - Por que eu quero conversar a sós com você e nós não estamos sozinhos.
  
  Olhei ao redor e não vi ninguém por perto.

  - Como você sabe que tem alguém por perto? – perguntei desconfiada.

  - Longa história. – ele disse misterioso.

  Já disse que mistérios são um saco? Pois é, são.
  
  - E o que te faz pensar que eu quero conversar com você a sós? – eu perguntei.
  
  - Os meus lindos olhos azuis. – ele disse com aquele sorriso fácil. Já fazia um bom tempo que eu não o via sorrir. Eu gostava quando ele sorria. Nesse momento eu decidi que já não estava mais com tanta raiva dele.

  Revirei s olhos e disse sarcasticamente:

  - Oh, sim claro, seus lindos olhos azuis.
  
  Olhamo-nos por dois segundo. Foi o suficiente para eu ver desejo nos olhos de Diogo. Ignorei isso.

  - Bem, se você não tem nada a me dizer então eu vou entrar. – eu disse abrindo a porta do ginásio.

  A aula foi o de sempre: levantamento de peso corrida e pratica de luta. Mark disse que eu estava cada dia melhor e que os treinos extras com Diogo estavam me ajudando. Eu assenti e sorri para ele, apesar de não estar satisfeita por Diogo levar a fama quando eu treino sozinha. Diogo, - não sei por que -, não falou nada para Mark e eu também achei melhor deixar quieto.

  Saí do ginásio e fui direto para o refeitório.

  Entrei no refeitório e ele já estava cheio, meus amigos já estavam todos sentados em nossa mesa de costume. Pequei minha comida e fui sentar-me com eles. Eles estavam animados.

  - Mel, - disse Carol assim que me juntei a eles. – nós estávamos pensando em fazer trilha.

  Trilha... já fazia muito tempo que não fazia trilha e a ultima vez que eu fiz eu fui atacada por aqueles lobisomens monstruosos. Reprimi essa lembrança.

  - Não vai dar. – eu disse.

  - Por quê? – perguntou Isabel.

  - Tenho que fazer um trabalho.

  - Faz domingo. – disse Bruno.

  - Não posso já marque para amanha.

  - Marcou com quem? – perguntou Isabel curiosamente.

  - Com o Marco.

  - Que Marco? – Carol perguntou suspeitosamente.

  - Marco Sartre. – eu disse calmamente.

  Carol e Isabel pareceram congelar assim que eu disse o nome de Marco. Elas me olhavam com os olhos arregalados.

  Comecei a comer e deixe-as digerir o que eu tinha acabado de falar.

  - Ahhhhhh!!! – gritaram Isabel e Carol.

  Eu dei um pulo de uns dois metros.

  - Eu não acredito! Você e ele fazendo trabalho juntos! – disse Carol. Eu a encarei ainda meio atordoada pelo grito delas.

  - Mel, eu sou sua fã! – disse Isabel. – Eu sou simplesmente sua fã!

  Carol olhou para Isabel e as duas começaram com os gritinhos histéricos novamente.

  - Para que todo esse escândalo? – eu perguntei as encarei novamente e balancei a cabeça em exasperação.

  - Mel, você vai passar sabe Deus quanto tempo com o Marco, entendeu? Focaliza no nome, MARCO!

  - Eu não sei por que tudo isso. – disse Bruno mal humorado.

  - Também não sei o que tanto essas garotas vêem nele, meu querido amigo. – disse Marcelo a Bruno.

  - Hei, ele é o Marco delicia! Ele é tudo de bom! Vocês já viram aquele corpo?! Aí meus olhos! – disse Carol aos suspiros.

  - Carol você está certíssima que corpo é aquele?! – disse Isabel também suspirando.

  - Vocês têm noção de que o refeitório inteiro esta ouvindo em alto e bom som o que vocês estão falando, não têm? E que principalmente o Marco esta ouvindo tudo isso e alto e bom som. – eu disse.

  Elas coraram imediatamente.

  - Um pouco tarde para ficar com vergonha, não? – disse Bruno.

  Carol o encarou furiosamente enquanto Isabel só ficava ainda mais corada. Eu sorri.

  - É melhor nós irmos para nossas aulas. – disse Marcelo.

  - Também acho Marcelo, é melhor a gente ir logo. – disse Bruno.

  - Tchau, Mel. – todos disseram juntos.

  - Tchau, pessoal. – eu disse saindo do refeitório.

  O resto do dia passou rápido e logo as aulas tinham acabado.

  Fui para o meu quarto tomei um banho coloquei minha roupa de ginástica. Cheguei no ginásio e ele estava vazio, como o esperado. Fui até área de musculação, coloquei o fone do Ipode no ouvido e comecei a corre. A música que estava tocando era Decode do Paramore, mas eu não estava realmente ouvindo. A única coisa que estava em minha mente ainda eram aquelas visões.

  Algo tocou meu braço. Virei-me rapidamente em posição de ataque. Meu punho direito acertou em cheio seu olho esquerdo.

  CRAC!

  - Oh, meu Deus! – eu disse.

  Na minha frente Diogo fazia uma careta de dor enquanto cobria com a mão seu olho esquerdo que parecia ligeiramente amassado e que sangrava, sim sangrava!

  - Eu não sabia que você ainda estava com tanta raiva de mim. – ele disse com um sorriso forçado.

  - Não seja ridículo, Diogo. Mesmo com raiva eu nunca faria isso de propósito. E eu não tenho culpa se você gosta de assustar os outros.

  - Eu não queria te assustar.

  - Mas assustou! Agora tire a mão do olho e deixe-me ver isso.

  Ele tirou a mão lentamente e disse:

  - Desde quando você é tão forte?

  - Bem, não é tão ruim quanto parece, um pouco de sangue vai resolver. – eu disse ignorando sua pergunta. – Vem, vou levá-lo à enfermaria para limpar isso.

  - Eu não quero ir a enfermaria.

  - Eu não perguntei se você quer ir, eu disse que vou levá-lo, você querendo ou não.

  Sob muito protesto de Diogo eu o levei a enfermaria. A enfermeira limpou seu olho de deu-lhe sangue.

  - O que aconteceu com você, Diogo? – perguntou a enfermeira.

  - Apenas um pequeno incidente, Maria. Nada demais.

  - Quem fez isso com você, Diogo? – disse Maria olhando suspeitosamente para mim.

  - Eu não quero falar sobre isso. – disse ele. – E eu apreciaria se você fosse discreta sobre esse assunto.

  - Tudo bem, mas se tiver uma próxima vez eu não serei discreta. – ela disse me olhando friamente e saiu lançando um sorriso de flerte para Diogo.

  - Ok, já que você está bem e tudo mais, eu vou embora. – eu disse já saindo.

  - Eu ainda quero conversar com você. – disse Diogo.

  - Agora não Diogo, agora não. – eu disse e fui embora.

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