Capitulo Quatorze

quarta-feira, 4 de abril de 2012.
Congelei!

Perdi a noção de tempo e espaço, nada a minha volta era sólido para mim. Senti meu corpo ficar mole.

Um medo avassalador tomou conta do meu ser, apesar de não fazer idéia do porque da ameaça velada.

Eu não estava me escondendo!

Meu Deus, mais essa agora!

Olhei para o Marco e sua expressão me assustou. Com certeza ele tinha ouvido o que aquela voz, completamente estranha para mim, disse...

- Mel! Você esta bem?! – disse Marco com o tom de voz preocupado. Ele me segurava de uma forma estranha, aparentemente meu corpo tinha ficado pesado demais para minhas pernas o sustentar.

- Sim. – eu disse com a voz baixa. – Preciso falar com Daniel!

- Sim, meu amor, mas quem era?

- Não faço a mínima idéia Marco. – solucei. – Eu estou com medo!

Ele me abraçou e as lagrimas vieram.

Depois de algum tempo eu já estava mais controlada, apesar de não estar nada calma! Peguei meu celular e liguei para o Daniel, ele atendeu no primeiro toque.

- Pai! – eu disso ainda fungando por conta do choro.

- Mel?! O que houve? Por que você está chorando? Está tudo bem? Mas algum daqueles sintomas estranho? Mel, fala alguma coisa! – ele disse tudo isso rápido de mais, não me dando oportunidade de falar.

- Pai, uma pergunta de cada vez! – eu disse tentando acalmá-lo para que pudesse contar a má notícia.

- Ok, então comece a falar por que a senhorita esta chorando. – ele disse cheio daquela autoridade de pai.

- Pai, - funguei de novo. – acabei de receber um telefonema...

- Quem era? A Luiza? – ele disse me interrompendo.

- Não. Eu não sei quem era, mas a mensagem foi bem clara. Era uma ameaça, pai! Eu estou apavorada! Ele disse que não adianta eu me esconder aqui na Academia! Meu Deus, pai, eu não estou me escondendo de ninguém! – comecei a chorar de novo, em desespero.

- Como assim, ameaça? Quem ousa ameaçar a minha menininha? – Daniel estava revoltado! – Estou indo para a Academia agora!

Minhas mãos tremiam e os soluços eram altos. Marco pegou o celular da minha mão e falou com Daniel.

- Senhor Lisli, aqui é o Marco Sartre. Eu prometo cuidar da Melany enquanto o senhor não chega. Protegerei-a com a minha vida se for preciso!

Eu ainda estava um pouco desorientada pela ameaça, então nem fiz questão de prestar atenção a conversa dos dois.

Um tempo depois Marco me devolveu meu celular, juntou nossas coisas, me abraçou fomos e em direção ao prédio principal da Academia.

Quando me dei conta de para onde estávamos indo parei abruptamente.

- Marco, nós vamos fazer o que na secretaria? – perguntei assustada.

- Reportar o que aconteceu a Sra. Carmem, claro. – ele disse calmamente.

- E a Sra. Carmem está na secretaria hoje?

– Sim, está. – ele disse. – E antes que você reclame, essa foi uma exigência do seu pai. Ele quer toda a proteção que a Academia puder oferecer pra você até ele chegar.

- Típico do meu pai. – sorri um pouco com simpatia.

- Isso é sério, Mel, com essa ameaça nós não podemos deixar você sem proteção.

- Eu sei que é sério, Marco, mas eu estou cansada de chorar, desde que eu cheguei aqui o que eu mais fiz foi isso. Todas essas coisas estranhas acontecendo... – falei com pesar.

- Eu te entendo, Mel. Mas agora vamos falar logo com a Carmem! – ele disse me abraçando.

Chegamos a recepção da secretaria e Helen, a secretária, estava sentada à sua mesa.

- Olá, Helen, será que podemos dar uma palavrinha com a Sra. Carmem?

- Olá, vou falar com ela para ver se ela poderá recebê-los. – disse Helen com simpatia.

Dois minutos depois ela voltou e mandou-nos entrar.

- Olá, crianças! Em que posso ajudá-los hoje? – disse Carmem.

- Olá, Sra. Carmem, temos algo muito importante para conversar com a senhora. – Marco disse sério.

- Sentem-se, por favor. – desse Carmem também ficando séria.

- Carmem, hoje eu e a Melany estávamos fazendo um trabalho de Literatura, quando a Mel recebeu um telefonema estranho. – começou Marco. – Ele a ameaçou, Carmem, ele sabe que ela está na Academia e pelo que ele disse, ele quer pega-la!

Eu estremeci e Marco me abraçou.

A Sra. Carmem ficou pálida.

- Mas quem é esse ‘ele’? E por que ele quer pega-la, Melany?

- Essas são respostas que eu também quero Sra. Carmem. Eu não sei quem ele é e nem o motivo pelo qual ele quer me pegar. – eu disse séria.

- Devemos comunicar ao Sr. Lisli imediatamente! – ela disse pegando o telefone sem fio branco que havia em cima da mesa.

- Nós já o comunicamos, Sra. Carmem. – Marco disse. – Ele já está a caminho da Academia. E ele pediu para que reforçasse a segurança da Academia até ele chegar. Ele a quer tão segura quanto possível.

- Sim, é obvio que vamos redobrar a segurança. – disse Carmem. – Quando o Sr. Lisli chega?

- Mais tardar amanha pela manhã. – disse Marco.

- Ok, Marco. – ela virou-se para mim. – Até lá, Srta. Lisli, quero que você, por favor, permaneça em seu quarto. Colocarei um guarda de prontidão em sua porta.

- Desculpe-me, Sra. Carmem, mas acho que deveríamos manter isso em segredo, não há por que deixar os alunos preocupados. E, alem do mais, pode ter alguém daqui de dentro envolvido nessa história. – desse Marco.

- Sim, Marco, mas ela precisa de proteção 24hr. – ela disse.

- Eu me ocupo disso, Carmem. – Marco disse.

- É uma grande responsabilidade, Marco. Isso faria de você um guardião.

- Eu não me importo com a responsabilidade, Carmem, farei o que for preciso para mantê-la segura.

Carmem deu um sorrisinho de canto de boca, provavelmente sentindo que nossa relação era algo mais do que apenas amizade.

- Certo, Marco, e você, por acaso, desconfia de alguém? – ela disse.

- Não, Carmem, mas enquanto não soubermos o culpado, todos são suspeitos! – Marco disse ainda sério.

Carmem concordou com um aceno de cabeça.

- Cuidarei para que os monitores fiquem cientes de que você agora será o guardião dela. - ela disse se levantando. – Vemos-nos amanha, assim que o Sr. Lisli chegar.

Eu e Marco nos levantamos e a seguimos até a porta.

- Cuide dela, Marco. – ela virou-se para mim. – Não se preocupe Melany, nós todos faremos o possível, e se preciso o impossível, para mantê-la a salvo. – Deu-me um beijo na testa e voltou para sua sala.

Eu e Marco saímos e fomos para o meu quarto, no meio do caminho ele pegou minha mão e sorriu aquele sorriso de lado lindo dele.

Eu sorri também.

- Marco, não pense que eu fiquei satisfeita com vocês falando de mim como se eu não estivesse ali, ok?

- Desculpe. – ele disse sorrindo. – Mas eu sou seu guardião e tenho todo o direito de cuidar de você.

- Sabe, Marco, você não precisava fazer isso. Provavelmente eles arrumariam um guarda para cuidar da minha segurança. Você não precisa fazer isso. – eu disse séria, mas muito satisfeita de que era ele e não outro a andar comigo para baixo e para cima por ai.

- Você está brincando? Se você não me quer por perto é só falar... – ele disse.

- Não é isso! É que você deve ter suas coisas para fazer... – eu disse interrompendo-o.

– E eu ia perder a chance de ficar com você o tempo inteiro? Não, muito obrigada! Prefiro mil vezes ficar com você, alem de que, - ele abaixou o tom da voz e falou bem no meu ouvido. – a gente vai poder ficar mais tempo juntos e se beijar muito. – ele sorriu.

Eu também sorri, mas minhas bochechas ficaram vermelhas de vergonha.

- Marco, você não existe!

- Eu existo, sim. E só pra você. – ele disse dando uma gargalhada quando viu minha expressão.

Oh, meu Pai do céu! O que eu fiz para merecer esse ser maravilhoso?! Obrigada, Senhor!

Ele me pegou pela cintura e me deu um beijo, ali mesmo, no meio do corredor!

- Marco! – eu disse rindo. – Alguém pode ver...

- E eu quero mais é que vejam, mesmo. Agora eu vou viver grudado em você! Quero que todos saibam que você é minha e só minha! – ele disse sério, porem com um meio sorriso.

- Territorialismo dampiristico, Marco? – eu disse sorrindo, apesar de não saber se dampiros também são territorialistas.

- Claro! – ele disse. – Não quero ninguém ‘dando em cima’ da minha vampira!

- ‘Sua vampira’? – eu disse arqueando uma sobrancelha.

- Sim, agora eu sou seu guardião e consequentemente você é minha vampira! – ele disse sorrindo. – E minha namorada, também. – disse mais baixo no meu ouvido, novamente.

- Ah, sou sua namorada? Não lembro de nenhum pedido vindo de ti. – eu disse sorrindo de lado.

- Oh, não seja por isso! – ele disse se ajoelhando no chão a minha frente. Não acreditei que ele estava fazendo isso. – Srta. Melany Lisli, você me daria a honra de ser minha namorada? – ele disse com aquela voz rouca e sexy que eu tanto amo.

Nessa hora uma vampira passava pelo corredor e vendo a cena parou com os olhos arregalados. Afinal ver Marco Sartre ajoelhado no chão pedindo alguém em namoro deve ser, realmente, um fato histórico!

Aparentemente querendo nos dar um pouco de privacidade, a vampira se foi.

Mas vermelha do eu pudesse imaginar ficar, eu sorri. Um sorriso lento, levantando levemente os cantos de minha boca, o sorriso se expandindo pelo meu rosto.

- Oh, deixe-me pensar, Marco. – disse com falsa relutância.

Marco me olhou um tanto quanto surpreso. Seu rosto se tornando sério, seu sorriso vacilou.

- Hum... Acho que você tem todo o direito de pensar melhor. – ele disse se levantando.

- Ah, Marco, claro que eu quero! – disse sorrindo e me jogando em seus braços assim que ele ficou de pé.

Ele me abraçou e me beijou lenta e profundamente. E, meu Pai do céu, ele era incrivelmente bom beijando!

Terminado o beijo ele me olhou sorrindo.

- Eu quase pensei que você diria não, Srta. Melany! Nunca mais faça isso novamente, por favor!

- E o que irá acontecer se eu o fizer, Sr. Marco? – eu disse sorrindo.

- Eu serie obrigado e castigá-la Srta. Lisli. – ele disse com um sorriso brincalhão.

- Veremos Sr. Sartre, veremos! - eu disse sorri e beije-o.

Comentários:

Postar um comentário

 
Amor & Sangue © Copyright 2010 | Design By Gothic Darkness |