Capitulo Quatro

segunda-feira, 2 de maio de 2011.
Eu não acreditava no que estava acontecendo!

Não impressão de que o quarto estava mais baixo eu é que estava levitando a mais ou menos 1,5m da cama!

Isso mesmo levitando!

Continuei gritando, desesperada. Tentei volta pra cama mais não consegui, eu não sabia nem como eu consegui essa proeza de levitar! E o que é pior minha cabeça doía mais a cada segundo. Se é que isso fosse possível.

De repente a porta se abriu.

- Mel, o que...? – disse Isabel.

Olhei para a porta e vi Isabel, Sandra, a monitora, e mais um monte de garotas se amontoando na porta aberta, com a expressão de choque extremo.

E do nada minha cabeça parou de doer, e eu caí levemente na cama. Sim levemente. Como se fosse uma pluma caindo sobre uma superfície plana.

- Ok, meninas acabou o espetáculo! Pode todo mundo voltar para os seus quartos. – disse a monitora e virou para mim. – Você esta bem querida?

- Sim. – disse fracamente.

- O que aconteceu? – disse suavemente.

- Eu... eu não sei. Eu estava dormindo e do nada quando eu acordei minha cabeça parecia que ia explodir e... e eu tentei levantar, mas eu já estava no ar e... e eu fiquei aterrorizada e comecei a gritar e de repente, assim com veio a dor passou. – disse numa voz baixa e cansada.

- Tem certeza que não esta sentindo dor nenhuma? – disse ela com uma voz preocupada.

- Sim, só estou um pouco cansada.

- Bom mesmo assim acho melhor te levar até a enfermaria.

- Não precisa. Eu só estou um pouco cansada. Não está doendo. – disse. – Eu só preciso descansar, amanhã eu estarei bem melhor.

Ela me mediu durante um momento. Então suspirou e disse:

- Ok. Mas você, por favor, vá a enfermaria se sentir alguma coisa. Eu falarei com a diretora. Ela deve ligar para o senhor Lisli.

- Ok. Muito obrigado senhora Sandra.

- De nada, querida! – dizendo isso ela saiu e fechou a porta.

Logo depois que ela saiu eu voltei a dormir. Mas desta vez sem sonhos.

No outro dia eu acordei como se nada tivesse acontecido. Nenhum vestígio da dor. O único detalhe era que eu estava super atrasada!

Tomei um banho correndo. Enquanto eu vestia o uniforme coloquei um copo de sangue para esquentar.

Assim que eu terminei de me vesti tomei o sangue, escovei os dentes fiz uma maquiagem bem básica, pendi o cabelo em um rabo-de-cavalo calcei minhas sapatilhas, peguei minha mochila, cortei a respiração, para não ofegar, e sai correndo.

Quando eu cheguei, a sala de aula já estava cheia e o professor já estava lá também.

Pedi licença e entrei. Todos me olhavam. Pelo visto todo mundo já sabia do meu pequeno showzinho de ontem a noite.

Que ótimo! Agora ia ficar todo mundo me olhando com se eu fosse um rato de laboratório.

Fui em direção a mesa que eu tinha sentado no dia anterior calmamente. Foi então que eu vi um par de olhos cor de mel me encarando.

Ahãn? Como assim? Ele esteve ali ontem a aula inteira e eu não o vi?!

Desviei o olhar e me afundei na minha cadeira.

Não prestei nem um pingo de atenção na aula. Minha cabeça estava fervendo de tantas perguntas.

O que aconteceu? Por que a minha cabeça tinha doído tanto? E o mais importante, como eu consegui levitar daquele jeito?

Perguntas, perguntas e mais perguntas, mas nada de respostas.

Frustração. Esse era o sentimento dominante em mim no momento.

Quando o sinal tocou eu fui a primeira a sair. Eu praticamente saí correndo.

Já estava no meio do caminho quando ele me chamou.

- Mel!

Olhei pra trás e vi Alex se aproximando de mim e junto com ele estava o dampiro dos olhos cor de mel, que alias, até agora eu não sei o nome dele. Mas enfim, não era hora para apresentações e precisava ir.

- Depois a gente se fala Alex. – disse e voltei a correr.

Fui a primeira a chegar na aula de magia elementar e a professora Catherine parecia que estava me esperando, por que quando eu cheguei ela disse:

- Senhorita Lisli, venha comigo até a secretaria, por favor.

Chegamos a secretaria e tinha duas pessoas alem da diretora Carmem. Um dampiro e uma vampira.

O dampiro era o senhor Mark, professor de defesa pessoal, nunca tinha reparado nele para dizer a verdade. Mas ele era alto, forte, musculoso, pele morena olhos azul-claro, cabelo preto curto, e estava vestindo uma calça jeans e uma camisa social azul de meia manga.

A vampira era baixa, pele branca, cabelos loiros cacheados na altura dos ombros, olhos castanhos, e estava vestida com um vestido preto básico.

- Quando Sandra me falou o que aconteceu ontem a noite, resolvi chamar o professor Scabio e a professora Karla Marques, para que possamos conversar sobre o ocorrido. E Spittle, já que ela é sua professora de magia elementar. – disse Carmem assim que eu entrei. – Sente-se querida. Já mandei avisar o senhor Lisli.

- Está bem. – disse me sentando.

Eu estava meio que em choque. Não esperava isso.

- Poderia nos dizer o que ocorreu exatamente ontem, senhorita Lisli? – perguntou Karla.

- Melany. Chame-me de Melany ou Mel, por favor.

- Como quiser Melany. – disse Karla gentilmente.

- Então o que aconteceu? – perguntou Mark. – Como você passou o dia?

- Eu... er... bem. Eu passei o dia bem.

- Você sentiu algo diferente? – perguntou Catherine.

- Bom eu me senti um pouco cansada, sabe? Não fisicamente e sim mentalmente. Depois da aula de hipismo eu fui direto para o meu quarto cai na cama e apaguei. Aí quando eu acordei minha cabeça parecia que ia explodir e quando fui apoiar a mão na cama pra levantar já não estava mais na cama. Minha cabeça doía mais a cada segundo que passava, mas aí depois a dor passou, como se eu não tivesse sentido absolutamente nada.

- Você é usuária de ar. – disse Karla.

- Sou?

- É. – disse ela. – É a única explicação. Apesar de que somente usuários de ar muito antigos e poderosos podem fazer esse tipo de coisa. – ela pensou durante um momento e logo disse: – Quantos anos você tem?

- Cinquenta e cinco. – disse.

- Só? – perguntou incrédula.

- Sim.

O silencio caiu.

Todos ficaram me olhando. E eu me senti exatamente como um ratinho de laboratório.

Queria sair correndo dali e ligar para Daniel vir me buscar.

- Você é poderosa Melany. – disse Karla quebrando o silencio. - Com a sua idade você não deveria consegui fazer esse tipo de coisa.

Obrigado pela parte que me toca. – pensei ironicamente.

- E quais as consequências disso? – perguntei séria.

- Você vai ter que treinar para dominar esse poder e não só com a mente. Seu corpo também precisa ser trabalhado e ficar mais forte para poder conseguir lidar com as possíveis consequências que esse poder pode trazer a ele.

- Então fica decidido o seguinte: a senhorita Lisli terá aulas especiais com a professora Karla e fará treinamentos extras para fortalecer o corpo. – disse a diretora.

- Eu vou pedir um dos meus melhores alunos para ajudá-la com os treinamentos extras. – disse Mark.

- De acordo senhorita Lisli? – pergunto Carmem.

- Sim. – respondi.

Como se eu tivesse alguma escolha.

Quando saí da secretaria, pulei a aula de literatura e fui direto para o vestiário me trocar para a aula de defesa pessoal.

Fantástico! Agora mesmo é que o Mark vai pegar no meu pé.

Entrei no ginásio e só pra variar a turma inteira estava me encarando. E entre eles vi aquele par der olhos cor de mel.

Mas que merda! Será que ele estava em todas as minhas aulas e eu não tinha reparado?

Fui direto falar com Mark. Ele estava com um grupo de uns cinco alunos conversando sobre sei lá o que.

- Senhor Scabio?

- Sim. – disse virando-se para mim. – Oh, senhorita Lisli...

- Melany, me chame de Melany, por favor.

- Ok, Melany. Bom hoje você vai trabalhar com musculação.

Ele foi andando até a área de musculação e eu o segui. Podia ver todos fingindo não me olhar.

O que será que eles estavam pensando? Será que eles pesavam que eu era uma vampira ‘super’ que conseguia levitar ou uma vampira patética que grita igual uma louca só porque levita?

Bom, de qualquer jeito eu tinha que aprender a controlar logo o ar. Não queria mais sentir como se minha cabeça fosse explodir toda vez que eu usasse meu elemento.

Suspirei.

- Você vai correr trinta minutos na esteira e fazer trinta minutos de levantamento de peso. – disse ele. – Eu vou estar com o resto da turma. Se precisar de alguma coisa é só me chamar.

Nossa! Como estamos delicados e prestativos hoje.

- Ok. Obrigado. – disse.

- Não tem de que.

Ele voltou para a área de aula e fui para a esteira. Será que eu ia fazer isso todas as aulas? Se fosse estava ótimo. Melhor do que combate corpo a corpo com todo mundo me encarando.

Comecei a correr.

Enquanto corria me ocorreu que eu ainda não tinha falado com Daniel. Ele deveria estar muito preocupado comigo. Eu estava muito preocupada comigo. Depois da aula eu ia ligar para ele.

Do nada, no meio da corrida, meu de vontade de cantar e tocar meu violão. Mas como meu violão não estava aqui, decidi só cantarola.

Eu gostava muito de musica, principalmente musica brasileira. Na verdade eu gostava de todo tipo de musica e não conseguia viver sem ela.

Eu estava tão distraída correndo de olhos fechados e cantarolando que quando Alex falou comigo eu literalmente dei um pulo de quase dois metros... Ok dois metros talvez seja exagero, mas você captou a mensagem.

- Hei, Mel... Calma!

- Você quer me matar do coração?

Ele riu. Riu até eu me da conta do que eu tinha falado.

- Como se vampiros pudessem morrer do coração. – disse ele e continuo rindo.

Dei um tapa nele.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

- Sim, sim entendi. – disse e continuou rindo.

Olhei para ele de cara feia.

Ele parou de rir abruptamente e me encarou sério.

- Desculpe, não queria aborrecer a usuária de ar mais poderosa da academia.

- O que?

Agora eu estava confusa.

Como assim eu era a usuária de ar mais poderosa da academia?

- Ah, qual é Mel? Você levita!

- Grande coisa.

- Mel...

- Alex. – gripou Mark. – Deixe Melany treinar e volte para aula.

- Depois a gente conversa. – disse saindo.

Terminei o meu treinamento e fui para o vestiário me trocar.

Não estava com fome, então ao invés de ir para o refeitório decidi ir para o meu quarto ligar para o Daniel.

Saindo do vestiário encontrei Alex me esperando.

- Mel a gente pode conversar agora? – disse ele.

- Pode, mas eu não vou para o refeitório vou pro meu quarto.

- Não esta com fome?

- Não e eu preciso falar com meu pai.

- Seu pai? – perguntou elevando uma sobrancelha.

- É como eu chamo Daniel.

- Ah, ta. Então eu vou com você.

- Vai?

- Vou. Por que algum problema?

- Não, é só que... – eu disse sem jeito. O que as pessoas iam pensar se ele fosse pro meu quarto sozinho comigo? Pior o que Isabel ia pensar?

- Mel... – disse ele meio sem jeito também. – Você sabe que nos somos só amigos, não é?

- Claro!

O que ele estava pensando? Que eu estava afim dele? Ok é bem possível que ele pensasse já que todas as garotas dessa academia parecessem cair aos seus pés. É ele passar e elas babarem. O que me deixou pensando... Será que com aquele lindo dampiro dos olhos cor de mel também era assim?

Claro que era. O que eu estava pensando? Ele era mais que perfeito. Todas as garotas devem suspirar por ele.

Suspirei.

Ah, não até eu?

- Então o que tem eu ir no seu quarto? – disse Alex me tirando dos meus pensamentos.

- E que...

Não consegui terminar.

Do nada, minha cabeça começou a queimar, meus músculos a arderem e eu quase podia sentir minha pele quente, como se estivesse com febre. Isso é claro se não fosse pelo fato de que vampiros não têm febre.

Coloquei as mãos na cabeça numa tentativa inútil de fazer a dor parar. Abri os olhos e vi Alex me olhando com cara de espanto.

Cai de joelhos no chão de piso ainda com as mãos na cabeça. Então tudo começou a rodar. Fui vagamente consciente de Alex chamando o meu nome e de mais pessoas se aproximando. Mas aí eu já não podia ver nada. Afundei na escuridão.

1 Comentário:

Ana Priscila Farias disse...

# Desafio para você no meu blog

http://cmumnj.blogspot.com/2011/05/desafiooo.html

amo sua historia

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